Como aluno e professor de Yoga que sou, sinto cada vez mais a necessidade de desmistificar a palavra Yoga e o porquê de se falar tanto nela hoje em dia.
Yoga não é uma religião, apesar de estar relacionado com o hinduísmo ou o budismo.
Yoga é saúde, Yoga é bem estar.
Nos dias de hoje tudo começa com um especialista na saúde, um amigo, um conhecido, um famoso por alguém que já testemunhou os imensos benefícios da prática do Yoga ou até mesmo através das redes sociais onde vemos aquelas posições meio complexas.
O yoga está acessível a todos, não precisas de ser super flexível ou ter uma estrutura forte ou seres atleta, aliás o Yoga pode e deve ser praticado por todos, quando complementado com uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável, os benefícios são enormes.
Por experiência própria e por ter achado que o Yoga era algo de muito meditativo e também mais direcionado para praticante femininas é que decidi avançar com este projeto de vida.
Continuo a aprender diariamente e também a ensinar a todos os que desejam receber os benefícios desta prática que une o corpo a mente e o espirito em um só.
Existem bastantes variantes do Yoga que podes e deves experimentar para teres a consciência da qual tu te identificas mais.
Após a entrada do Yoga no Ocidente que este rapidamente se propagou e desenvolveu a uma velocidade enorme. Houve uma necessidade de o por á prova, de comprovar os seus benefícios relacionados com a prática em todos os níveis.
O Yoga combina flexibilidade, força, respiração profunda e meditação, tendo um impacto positivo na nossa saúde física nomeadamente, na capacidade pulmonar, frequência cardíaca e pressão arterial. Paralelamente, o impacto psicológico também é visível. Hoje em dia sabe-se que esta prática tem uma influência positiva relacionada com a depressão, diminuição do stress, ansiedade e insónia.
Posto isto, atualmente, esta disciplina é considerada uma abordagem natural e disponível na promoção do bem-estar, estabilidade emocional e tratamento de problemas relacionados com a saúde mental, sendo inclusive inserida, como complemento por alguns psicólogos, em psicoterapia.
Uma filosofia prática de vida com mais de 5000 anos de história, que visa a expansão da consciência maior ou Samadhi, ensina a correta utilização do corpo, energias, emoções e mente, aprimorando e produzindo o pleno despertar do potencial humano.
Estima-se que teve origem na India antiga, feito atribuído a Shiva pela tradição Indiana.
O Yoga e o seu conjunto de técnicas, com o passar do tempo fragmentou-se em diversos ramos ou escolas sendo elas:
Hatha Yoga - Posição Física
Rája Yoga - Mental
Mantra Yoga - Sons de Poder e Força
Laya Yoga - Concentração e Relaxamento
Jñana Yoga - Sabedoria
Karma Yoga - Ação Indiferente
Bhakti Yoga - Devoção
Tantra Yoga - Sensorial
O que são e de onde surgiram os Asanas , Pranayama e a Meditação?
Referindo Patanjali como o pai do Yoga, apesar de não ter sido o Criador, foi ele que o sistematizou nos "Yogas Sutras" a obra máxima do Yoga, um verdadeiro manual escrito com precisão e clareza.
Está dividido em 4 Capítulos: Iluminação, Prática, Poderes e Libertação.
O Ashtanga Yoga de Patanjali, a ênfase do Yoga colocada em 8 Passos, o propósito é eliminar as impurezas para que da luz da sabedoria nasça o entendimento.
Nesta era de Patanjali as Asanas (posturas sentadas) eram apenas usadas para meditação, depois graças ao aparecimento do Hatha Yoga (o Yoga Físico) e do Rája Yoga (o Yoga Mental) apareceram as Asanas como os conhecemos hoje.
Os 8 Limbos de Patanjali são:
Yama
Niyama
Asana
Pranayama
Pratyahara
Dharana
Dhyana
Samadhi
Sem entrar muito a fundo no que são cada um deles, irei deixar para aprofundar em futuras publicações no Blog, apenas para indicar que é importante conhecer a origem dos termos utilizados no Yoga.
Asana ou Postura
Posturas físicas, um dos pilares da prática. Para o praticante, este estágio possibilita a transformação do corpo, em que a energia não encontrará mais obstáculos para circular livremente. Além disso, seu domínio leva à supressão da atividade intelectual, solidificando o caminho para adquirir um grau elevado de consciência.
A asana tem que ser estável, firme e confortável, reduzindo o esforço do corpo ao mínimo necessário, Isso vai permitir ao praticante entrar num estado meditativo, um dos objetivos finais da prática de acordo com a escola clássica do mestre indiano Patanjali.
Do ponto de vista físico, as posturas proporcionam alongamento, dão firmeza e elasticidade, ampliam o autoconhecimento e têm ação sob as articulações e o sistema nervoso. Ao fazer a asana, o praticante toma consciência do seu corpo e aumenta o nível de concentração. Para isso, não dá para ter pressa ou exigir demais de si mesmo, mais do que os músculos são capazes. Descobrir os próprios limites e superá-los é uma forma de não perder o contato consigo mesmo. Patanjali sintetiza com precisão o efeito dos asanas sobre quem os pratica: a dualidade entre corpo e mente desaparece.
Pranayama ou Controle da força Vital
É o quarto estágio e refere-se à expansão da energia vital por meio do controle da respiração. Ao mantê-la calma, é possível imprimir o mesmo ritmo à mente. Nos Yoga Sutras, Patanjali descreve o pranayama como “controlar o processo de inspirar e expirar”. Mais que isso, o pranayama exige quatro estágios: inspirar, manter os pulmões cheios de ar, expirar e permanecer um tempo com os pulmões vazios. “Se não houver as quatro etapas, não é pranayama”, explica Anna Ivanov, presidente da Sociedade Internacional de Yoga. Esses exercícios respiratórios fortalecem o sistema nervoso e harmonizam os pensamentos, as emoções e as atitudes, tornando-os mais harmoniosos e equilibrados.
Dhyana ou Meditação
É o penúltimo passo para atingir o estado de iluminação. Trata-se da experiência real da meditação, no qual finalmente as flutuações da mente são dominadas e a concentração alcançada é máxima. É um estado muito difícil de ser atingido, mas não impossível. Infelizmente, não pode ser ensinado. É necessário esforço e dedicação para chegar lá. Quem chega garante que vale a pena.
O Yoga é Vida é uma constante descoberta de nós próprios.
Espero que Gostem desta breve Introdução do Yoga.
Joaquim Oliveira
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