“Eu não sou o que penso que sou, eu não sou o que pensam que eu sou. Eu sou o que eu penso que pensam que eu sou”
A nossa identidade encerra-se no que os outros pensam de nós ou, mais precisamente, no que pensamos que os outros pensam. A imagem que temos de nós é condicionada pela forma como pensamos que os outros nos veem, e a maioria dos nossos esforços de autoaperfeiçoamento não passa, na realidade, de uma tentativa de correspondermos a esse ideal imaginado.
Se julgamos que alguém que admiramos vê riqueza como sinal de sucesso, esforçamo-nos por obtê-la para impressionar essa pessoa. Se supomos que um amigo faz juízos de valor acerca da nossa aparência, moldamo-la de acordo com os padrões dele.
Inconscientemente todos, e em certa medida, todos temos personas que usamos online, no trabalho, com os amigos e em casa. Estas diferentes personas têm as suas vantagens. Permite-nos ganhar o dinheiro que paga as nossas contas, ajudam-nos a conviver num local de trabalho onde nem sempre nos sentimos confortáveis e permite-nos manter relações com pessoas que nem sempre apreciamos, mas com quem temos de interagir.
Porém, a nossa identidade tem frequentemente tantas camadas que perdemos de vista o verdadeiro “nós” se é que alguma vez chegámos a conhecê-lo.
Tentamos estar à altura do que pensamos que os outros pensam de nós, mesmo à custa dos nossos valores.
Vivemos numa perceção de uma perceção de nós próprios e, como resultado, perdemos o nosso verdadeiro “eu”. Como podemos reconhecer quem somos e o que nos faz felizes se apenas procuramos o reflexo distorcido dos sonhos de outra pessoa?
Quando tentamos viver a nossa vida de maneira mais autêntica, alguns dos nossos relacionamentos ficam comprometidos. Perdê-los é um risco que vale a pena correr; encontrar uma maneira de os manter na nossa vida é um desafio que vale a pena enfrentar.
Faz esta Experiência
Qual é a origem dos teus valores?
Pode ser difícil detetar o efeito que certas influências casuais têm de nós.
Os valores são abstratos e ilusórios, e o mundo em que vivemos invade-nos com sugestões flagrantes e subtis sobre o que devemos ambicionar, como devemos viver e como formamos a perceção de quem somos.
Escreve alguns dos valores que moldam a tua vida. Ao lado de cada um, escreve a sua origem.
Assinala com um visto aqueles em que realmente acreditas.
Exemplo:
Quando nos abstraímos de opiniões, expectativas e obrigações do mundo á nossa volta, começamos a ouvir-nos.
Eu sou o que acredito que eu sou.
É melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver numa imitação da vida de outra pessoa com perfeição.
Bhagavad Gita 3.35
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