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Os 8 Ramos do Yoga

Atualizado: 5 de set. de 2023

Olá a todos, como prometido no meu primeiro post do Blog em que desmistifiquei um pouco a palavra Yoga.

Na verdade, a essência de Yoga é o despertar da plena consciência, do perfeito estado de união, integração do ser. Se praticar-mos apenas Asanas (posições) sem o despertar da percepção e dos vários aspectos e nuances do ser não existirá Yoga e a prática será apenas uma mera ginástica. Resumindo se o corpo faz uma coisa e a mente faz outra, não existe Yoga, o ser humano é uma unidade de corpo, energia, emoção e mente. Yoga é arte, ciência e filosofia. A essência do Yoga está na União do Corpo, Mente e Espirito.


Portanto já sabemos que o Yoga é muito mais do que apenas fazer posições.

Não tem qualquer problema se apenas vês o Yoga como uma mera ginástica.

O meu conselho é, foca-te em ti, na tua respiração, em como te moves, como sentes cada parte do teu corpo, apenas deixa fluir, aprecia a beleza do teu corpo, agradece-lhe por ser tão perfeito e imperfeito ao mesmo tempo, e em cada Savasana faz uma pequena reflexão, aula após aula, e talvez como por magia algo acontece dentro de ti, aquela energia positiva, aquela entrega por um bem maior, no fundo no fundo aquele momento em que encontras o teu verdadeiro "EU".


Patanjali, o grande sábio Yogi que descreveu os Yoga Sutras, foi quem definiu os 8 passos (angas) para se chegar ao Samadhi ou Iluminação.

Em sânscrito Ashtanga Yoga significa Ashta =oito e angas =passos ou membros, portanto, os oito passos do Yoga.




Yamas são as condutas morais para com o outro, para que possamos viver de forma respeitosa e harmoniosa nas nossas relações, eles são:


1-Ahimsa – Não – Violência. Não machucar, ferir ou prejudicar o outro. Pode ser de forma física, em pensamento ou palavras.


2-Satya – Verdade. Ser verdadeiro e Coerente. Coerência nas palavras, pensamento e na forma de agir.


3- Asteya – Não Roubar. Coisas materiais ou Ideias.


4- Brahmacharya– Canalizar a sua energia ao Divino, à relações saudáveis e benéficas. Saber se conter e usar sabiamente a energia física, mental, emocional e sexual.


5- Aparigraha– Desapegar de algo que não possui mais valor ou importância. Saber abrir mão do supérfluo, ou seja, saber atender as necessidades sem se deixar levar por excessos.


Nyamas são as condutas pessoais, o autocontrole. Comportamentos que preservam o equilíbrio mental e a harmonia pessoal e eles são:


1- Saucha – Pureza, ou purificação. Higiene pessoal básica e também a higiene mental e espiritual. Saber limpar o campo áurico e o ambiente.


2- Santosha– Contentamento. Estar contente com o momento presente independente das circunstâncias. É a satisfação mental.


3- Tapas – Esforço, dedicação, a intenção investida para ajudar a si e o próximo.(auto-superação) – é ter força de vontade para alcançar os objetivos a que nos propomos, é ser perseverante e não desistir em situações mais difíceis e face a obstáculos que nos surjam, é ultrapassar o que julgamos serem os nossos limites


4– Swadhyaya – Auto-estudo. Observar-se, sair da ignorância de si. Desenvolver a testemunha observadora do seu próprio Eu.


5– Ishvara Pranidhana – Entrega ao Divino. Aceitação da Consciência Cósmica. Confiar que existe algo Supremo que nos guia, acreditar no Ser Supremo, ter consciência que não controlamos quase nada mas mesmo assim entregarmo-nos ao nosso destino, ter fé.


Asanas

Os asanas são meras configurações corporais que permitem modificar a maneira como a energia se move dentro do corpo, a fim de gerar diferentes efeitos. O asana encaixa-se dentro de uma prática integral envolvendo o corpo, a mente, e todos os planos dimensionais que compõem o ser humano. As posturas são a parte prática do Yoga, servem como um processo de auto-observação, em que passamos a entender como lidamos aos nos deparar com os desafios físicos. A intenção das posturas é atingir consciência mental por meio da consciência corporal, vencendo a inquietude e a fragilidade da mente, facilitando a concentração e criando condições para administra-la.



Pranayama

Pranayamas são técnicas respiratórias para expandir o “prana”, a energia vital. Prana é o que nos mantém vivos e é também a energia que nos rodeia. Ao trabalharmos com a forma como respirarmos estamos a trabalhar essa energia e dependendo da técnica utilizada podemos sentir efeitos tão díspares como sentirmo-nos completamente despertos, energizados e cheios de vitalidade ou, pelo contrário, completamente relaxados. É por isso uma ferramenta poderosa e fabulosa para controlarmos o nosso estado de espírito.



Pratyahara

É a abstração ou supressão dos sentidos. Quando estamos completamente concentrados em algo e deixamos de ouvir os barulhos à nossa volta, isso é abstrairmo-nos. Quando olhamos para uma multidão à procura de alguém focando apenas numa pessoa de tal forma que todas as outras desaparecem, isso é suprimir a visão. Quando o fazemos de forma consciente é Pratyahara. Ao deixarmos de prestar atenção às distrações externas, que chegam até nós pelos sentidos, conseguimos levar toda a nossa atenção para o nosso interior.


Dharana

Dharana é concentração. Depois de nos libertarmos das distrações externas através do Pratyahara podemos ocuparmo-nos com as distrações internas da nossa mente e começar a trabalhar a concentração de forma a acalmarmos o fluxo mental, indispensável para o passo seguinte, meditar.


Dhyana

Meditação, conseguir se manter presente e focado no momento presente, no seu próprio corpo. É o estado meditativo.


Samadhi

É a presença Divina, é o estado do Yoga, momentos de êxtase, a Iluminação.

Samadhi é a oitava e última parte do caminho do Yoga.

Patañjali descreve-o como um estado de êxtase. Também conhecido como Iluminação ou Felicidade. É transcender, fundir com o Universo e alcançar a Verdade.

A prática das oito partes do Yoga é conhecida como a prática de Raja Yoga. Esta prática cria quietude e contemplação e, conforme o primeiro verso do Yoga Sutra de Patañjali,

“Yogas chitta vritti nirodhah. Tada drastuh svarupe vasthanam”

“Yoga é parar as flutuações da mente. E só então permanecemos na nossa verdadeira natureza.”

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